No presente momento, o Brasil vive uma grande fase de transição na Educação. Além da BNCC, temos o Novo Ensino Médio chegando com força e a regulamentação de escolas bilíngues no país. Isso sem falar, é claro, das mudanças trazidas pela pandemia, que não serão abandonadas depois que esse período passar. Considerando tudo isso, o que precisamos saber para preparar nossas escolas para a próxima década? Que assuntos serão falados pelos especialistas em Educação? Discutimos abaixo as maiores tendências educacionais do momento, que irão impactar a atração de alunos para a instituição, a estrutura da escola, a contratação e formação dos professores, os eventos avaliativos, a relação família-escola e, principalmente, o processo de aprendizagem do aluno.
Aulas completamente expositivas, em que o professor explica e o aluno copia o conteúdo e faz exercícios, não serão mais aceitas como o principal formato das aulas oferecidas pela escola. Na verdade, a chegada da BNCC em 2017 (com adições e ajustes chegando nos anos seguintes) já estabeleceu que o país passaria a oferecer uma educação baseada em competências e habilidades, e não puramente conteudista. Assim sendo, a abolição da aula estritamente expositiva já está acontecendo. A Abordagem Baseada em Projetos, a Gamificação, o Design Thinking, a cultura Maker, o Ensino Híbrido, entre outros, serão as metodologias que irão despertar o interesse do aluno e propiciarão que ele seja o centro de seu aprendizado, garantindo um aluno apto a viver no mundo que está sendo construído.
Durante a pandemia, observamos um movimento muito interessante nas escolas: a implementação de recursos tecnológicos e busca por inovação técnica, mesmo por parte das escolas que ainda apresentavam resistência a isso por algum motivo. E essa tendência veio para ficar. Sabemos que a inovação pode ter muitos formatos e cores, mas o uso da tecnologia na educação já nos provou que há múltiplos benefícios para a comunicação com as famílias e para o aprendizado do aluno. Além de garantir o engajamento do aluno, ele também abre portas para a aplicação das Metodologias Ativas, gerando, assim, uma aula muito mais participativa e dinâmica.
Dar uma aula mais ativa e centrada no aluno também significa explorar melhor os espaços da escola e criar outros novos. O formato da sala de aula tradicional onde cada aluno senta em classes individuais por longos períodos de tempo também está caindo em desuso, dando espaço para a colaboração entre estudantes, para a vivência de experiências reais por meio de projetos e para a exploração do meio físico e digital. Com isso, é importante que a escola invista em ambientes variados, como espaços para contação de histórias, salas no estilo lounge onde o aluno senta no chão ou em pufes e trabalha à vontade, salas Maker, salas com grandes mesas para trabalho em grupo, salas com ilhas de computadores, laboratórios dos mais variados tipos, espaços para programação e robótica, brinquedotecas etc.
Quando falamos sobre avaliação, é quase que automático que pensemos em provas e trabalhos. Ocorre, no entanto, que quando oportunizamos ao nosso aluno o desenvolvimento de competências e habilidades, trabalhamos com ele de forma holística. Não faria sentido, portanto, avaliá-lo somente de forma conteudista. Desse modo, a diferença entre avaliar e dar nota ficará cada vez mais clara. Avaliar é um processo longo e complexo, que inicia no primeiro dia de aula e acompanha o aluno durante o ano todo. Envolve não só a observação constante do professor, mas a autorreflexão do aluno sobre seu próprio processo de aprendizagem. É guiar o aluno no processo de aprender a aprender. É desenvolver a autonomia do estudante para que ele seja capaz de agir em qualquer contexto. Tornar o aprendizado visível ao aluno por meio de portfolios e outras atividades é, assim, crucial para que o processo seja efetivo. O envolvimento das famílias também é essencial, já que o sucesso escolar da criança não depende apenas da escola. Com todos esses aspectos a serem considerados, vemos que dar nota é apenas uma parte de um composto de ações que visam a formação integral do estudante.
Recentemente, o Conselho Nacional de Educação (CNE) divulgou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Bilíngue, documento que no momento se encontra com o Ministério da Educação (MEC) para homologação. Nele, encontramos a regulamentação da Educação Bilíngue no país, algo que era extremamente necessário considerando que as escolas já vinham adotando programas como o Edify há alguns anos. Com o foco na Educação Bilíngue, estão batendo à nossa porta inúmeras oportunidades de desenvolvimento, além de ela ser um imenso diferencial para a escola que a oferece. Alguns benefícios que a Educação Bilíngue traz com ela são um maior estímulo cognitivo para os alunos, um caminho mais fácil para a implementação da interdisciplinaridade na escola, um intenso trabalho socioemocional, um ambiente que valoriza e estimula a diversidade e a construção de um enorme repertório cultural.
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